Ex-chefe de grupo de escoteiros é suspeito de abusar de garotos

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A Polícia Civil de Fontoura Xavier, no norte do Rio Grande do Sul, investiga a denúncia de um suposto crime de abuso sexual contra pelo menos 18 adolescentes, com idades entre 12 e 15 anos, do Grupo Escoteiro Guamirim.

Em entrevista ao Estado, o delegado Marcos Veloso afirmou na manhã desta quinta-feira, 15, que as investigações se iniciaram há oito meses, quando as primeiras denúncias foram feitas na Delegacia de Polícia.

“Acredito que muito mais que 18 jovens tenham sido abusados pelo suspeito”, disse o delegado.

Segundo informações publicadas pelo Grupo de Investigação (Gaúcha ZH), o acusado de estupro de vulnerável é o fundador e ex-chefe do grupo de escoteiros, André Carvalho Lacerda, de 52 anos, que atualmente trabalha como bancário na região metropolitana de Porto Alegre.

Em janeiro, a Polícia Civil realizou buscas na casa do acusado e apreendeu um revólver, celulares, tablets, notebooks, DVDs, videogames e HDs externos.

A advogada de defesa das vítimas, Claridê Chitolina Taffarel, declarou ao Estado que foi procurada inicialmente por quatro rapazes.

“Eles me contaram suas histórias em dezembro de 2018, mas os abusos aconteceram entre 2016 e 2017. Eles guardaram isso por muito tempo porque tinham vergonha”, afirmou Claridê.

De acordo com a advogada, o modo de atuação do ex-chefe do Guamirim era sempre o mesmo.

“Ele ganhava a confiança das famílias e dos meninos (escoteiros) e acabava se tornando um amigo, um companheiro deles”, explicou Claridê. “Posteriormente, ele dizia que tinha uma doença muito rara, um tipo de câncer, e que precisa do sêmen dos meninos para poder se curar.”

Além disso, ele dava presentes para os escoteiros e levava a turma para passear de Fontoura Xavier a Porto Alegre. As viagens incluíam visitas a shoppings da capital gaúcha entre outras atividades.

A advogada do grupo de escoteiros informou que as vítimas do suposto abuso sexual irão receber auxílio psicológico da prefeitura de Fontoura Xavier.

“Eles fazem tratamento particular, porque até agora não querem se expor. Mas o município já se dispôs e emitiu uma nota dizendo que disponibiliza atendimento psicológico para quem quiser”, disse Claridê. “Nós pretendemos também criar com esses jovens uma página na internet, com um grupo de apoio às vítimas. Queremos transformar tudo isso, de uma certa forma, para coibir estas práticas terríveis.”

O Estado entrou em contato com o Ministério Público do Rio Grande do Sul, responsável por denunciar os casos. O promotor Bill Jeronimo Scherer não quis se manifestar.

Lacerda será indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável e prostituição infantil. O Estado entrou em contato por telefone com o advogado de defesa do suspeito, Vitor Guazzelli Peruchin, que não respondeu até a publicação desta reportagem.

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Redação

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