Idoso acusado de matar a marretadas missionária é condenado a 36 anos de prisão

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O idoso Francisco Lopes Ferreira de 65 anos, que foi preso acusado de acorrentar na cama e matar a marretadas a missionária Simone Facini Lopes de 31 anos vai a júri popular, nesta terça-feira (11), no Fórum de São José do Rio Preto (SP). O julgamento começou às 13h30 e durou cerca de 4h.

O corpo da vítima foi encontrado seminu no dia 12 de março de 2017 em uma chácara do município.

Francisco Lopes Ferreira foi preso oito dias depois escondido em uma mata, atrás de uma empresa no bairro Gonzaga de Campos. Ele permanece cumprindo pena desde a época do homicídio.

De acordo com a Polícia Civil, após cumprir pena por crimes sexuais cometidos em outras cidades, Francisco se mudou para Rio Preto e passou a frequentar a igreja evangélica da vítima.

Por missão religiosa, Simone começou a visitar o acusado para alfabetizá-lo por meio da bíblia, mas Francisco acabou se apaixonando por ela. A polícia encontrou uma foto da vítima em que o acusado escreveu que a amava.

Ainda segundo a corporação, quando o acusado contou para a vítima, ela disse que não iria mais até a casa dele.

Desesperado pelo fato de a jovem ir embora e não retornar mais, Francisco a amarrou na cama, a enforcou e ainda bateu na cabeça dela usando uma marreta.

Antes de entrar para o júri, o promotor do caso, Marcos Antonio Lelis Moreira, disse ao G1 que o crime é repugnante e espera que o réu pegue mais de 25 anos de prisão.

“Um delito que causou repugnância na comunidade pela circunstância que foi cometido. Uma jovem, missionária, religiosa, em busca de amor ao próximo e recebe como resposta um ato dessa ordem”, afirma o promotor.

Enquanto o advogado de defesa alegou que o acusado teria problemas psicológicos e que vai trabalhar para diminuir a pena.

“Ele é reincidente, já cometeu um crime parecido, há indícios que ele tem um rebaixamento mental, por isso, a defesa pediu o exame de sanidade mental, a Justiça negou, entramos com recurso e eles negaram, mas vamos fazer o júri. Vamos seguir essa linha e trabalhar para minimizar a pena”, afirma o advogado de defesa João Dias.

Réu confesso

Depois de ser preso, Francisco precisou ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do bairro Tangará, para ser atendido. Logo após, ele foi levado para o Hospital de Base por causa do estado em que foi localizado.

Na época, o delegado Alceu Lima de Oliveira Junior e os investigadores do caso foram até a unidade hospitalar. Apesar de ter negado o crime para a Polícia Militar durante a prisão, o acusado confessou à Polícia Civil que matou Simone de Moura Lopes.

Para o delegado, ele confessou que a matou pelo fato dela ter dito que ia parar de frequentar a chácara onde ele morava. Francisco também relembrou a forma como desferiu as marretadas, o modo que a acorrentou, o horário e como todos os fatos se desenvolveram.

Um trecho do depoimento divulgado pela Polícia Civil mostra Francisco dizendo à polícia que “deu uma coisa na minha cabeça e acabei fazendo.”

Crime

A vítima frequentava a chácara, onde foi encontrada morta e acorrentada à cama, há cerca de seis meses. Segundo a família, Simone ensinava o homem a ler e a escrever. No domingo (12), dia em que foi morta, daria aula de ensino religioso para ele.

Segundo a família, a voluntária saiu de casa por volta das 11h e, no final da tarde, ainda não tinha voltado. A família ficou preocupada, mas quando o marido foi até a chácara o crime já tinha acontecido.

Simone estava seminua e foi presa com correntes que prendiam pés e mãos, todas fechadas com cadeados. A vítima tinha ferimentos graves na cabeça. Uma marreta com marcas de sangue, usada no crime, foi apreendida.

De acordo com a polícia, Juvenal Pereira dos Santos, que morava na mesma chácara que o acusado, foi quem chegou primeiro na cena do crime e chamou a polícia. Ele entregou aos investigadores a marreta.

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Redação

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